sábado, 26 de janeiro de 2008

Opinião


O Milagre de Schengen

A 21 de Dezembro de 2007, nove novos países juntaram-se ao Espaço Schengen: Estónia, Letónia, Lituânia, Hungria, Malta, Polónia, República Checa, Eslováquia e Eslovénia. O Acordo de Schengen representa a abolição sistemática de controles fronteiriços entre os seus membros, assim permitindo uma das básicas aspirações da UE, a livre passagem de cidadãos europeus entre o conjunto da União.

Mas este evento memorável, que verdadeiramente significa o enterrar da Cortina de Ferro e da separação da Europa, não poderia ser possível ser a intervenção oportuna da Presidência Portuguesa da União e duma companhia portuguesa de software. O cerne da implementação do Espaço Schengen é o Sistema de Informações Schengen (SIS) que é responsável pela recolha e guarda da informação daqueles que entram o território Schengen do seu exterior.

Tinham surgido problemas com a implementação da segunda versão do SIS, denominado SIS II, que tinham levado a Unisys e a Microsoft a afirmar ser impossível que os novos estados-membros entrassem em Schengen durante 2007. Tal foi considerado inaceitável pela Presidência portuguesa, que mandatou o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, em conjunto com a empresa portuguesa Critical Software, de desenvolver uma nova base de dados intermédia que pudesse cumprir os requisitos do SIS II em 2007. Assim, SISoneforALL foi criada, e representa um sucesso sem paralelo, permitindo que nove novos países se juntassem a Schengen em 2007.

A Presidência portuguesa mais uma vez provou a sua capacidade para ultrapassar obstáculos considerados impossíveis, como foi o caso da aprovação do Tratado de Lisboa, assim vindicando o nosso objectivo de uma cada vez maior União, uma Europa unificada que sirva como farol de civilização e progresso num mundo cada vez mais sombrio e inseguro.

Ao entregar a tocha e bastão de comando aos nossos irmãos eslovacos em 2008, os portugueses podem descansar assegurados que os nossos objectivos foram alcançados. A UE é hoje mais forte e integrada de que quando assumimos a presidência. Como deveria ser. Sinceramente esperamos que o mesmo possa ser dito daqui a seis meses, e assim por diante, num futuro cada vez mais brilhante.

Diogo Moreira

In Newsletter PES Activists Portugal Nº2

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