O Kosovo
Hashim Thaci, dirigente do Partido Democrático do Kosovo (PDK), vencedor, por maioria relativa nas legislativas de sábado, rejeitou em entrevista hoje publicada qualquer noção de federação ou confederação com a Sérvia, considerando apenas possível a via da independência.
"A ideia avançada pela Sérvia de uma solução do tipo Hong Kong não é viável. O modelo cipriota também não pode ser adaptado ao Kosovo, nem tão pouco as propostas de federação ou de confederação com a Sérvia. Nenhuma dessas ideias se tem de pé", disse Thaci.
O líder do PDK, principal partido vencedor das eleições de sábado, afirmou ainda que os representantes do Kosovo vão continuar a negociar com a Sérvia, no quadro dos esforços da Troika (Rússia, Estados Unidos, União Europeia) até à data prevista, 10 de Dezembro, mas salienta não esperar chegar a um acordo.
"Depois de 10 de Dezembro, o Kosovo tomará a sua decisão (sobre a independência) depois de consultas com Washington e Bruxelas", disse.
Hoje, à entrada para uma reunião dos MNE's dos 27, em Bruxelas, o presidente em exercício do Conselho de ministros da UE, Luís Amado, disse que a União Europeia esperará até "ao último minuto" das negociações para tomar uma "posição clara" sobre o futuro estatuto do Kosovo.
A Sérvia opõe-se totalmente à independência do Kosovo, que considera berço da sua cultura e da sua história.
Mais um desafio para a presidência portuguesa. É fundamental que a União Europeia adopte uma posição comum. De qualquer forma a resolução deste diferendo, dadas as forças e posições em jogo (a Rússia apoia totalmente a Sérvia), parece não estar para breve. A concretizar-se a independência do Kosovo abre-se um precedente e valerá a pena reflectir sobre outros casos (ex: País Basco).
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